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EVANGELISMO NA MATERNIDADE

De descendência japonesa, Ana Watanabe, 55 anos, natural de Mairiporã (SP), graduou-se em engenharia elétrica em 1989. Ela, inclusive, já trabalhou em empresas conceituadas na capital paulista e em Curitiba. Vivendo desde 1995 em Joinville, Ana Já concluiu seu mestrado e atualmente está próxima de encerrar seu doutorado na Universidade do Estado de Santa Catarina […]


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Ana durante visita às pacientes da maternidade Darcy Vargas

De descendência japonesa, Ana Watanabe, 55 anos, natural de Mairiporã (SP), graduou-se em engenharia elétrica em 1989. Ela, inclusive, já trabalhou em empresas conceituadas na capital paulista e em Curitiba. Vivendo desde 1995 em Joinville, Ana Já concluiu seu mestrado e atualmente está próxima de encerrar seu doutorado na Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC), instituição onde também atua como professora. Atualmente ela é casada e tem três filhos.

No entanto, todas essas atividades profissionais, acadêmicas e familiares não foram barreiras para impedi-la de colocar a espiritualidade como maior prioridade em sua vida. Existe um tempo exclusivo que é dedicado para realização de atividades da igreja e para auxiliar ao próximo. Há cerca de um ano Ana começou a realizar trabalhos voluntários na Darcy Vargas, principal maternidade de Joinville e uma das mais conceituadas do Brasil, segundo o Ministério da Saúde.

O projeto deu tão certo que hoje já conta com mais de 20 adventistas voluntários que dedicam tempo no local. Uma das maiores conquistas desse grupo, em parceria com voluntários da maternidade, ocorreu neste ano quando conseguiram uma doação de 50 mil reais em itens de higiene infantis para serem entregues as mães carentes.

ENTREVISTA PARA REVISTA PROCLAMAI 

O que vocês fazem durante as visitas à maternidade?

Durante as visitas nós entregamos os livros missionários e fazemos orações com as mães. Entregamos também lembranças em datas especiais como dia das mães, semana de aleitamento, dia do servidor para os funcionários, dia das crianças, Natal, Semana Santa, aniversário da Maternidade e outros. Inclusive levamos nestas datas, corais infantis de escolas adventistas, corais e grupos musicais de nossas igrejas.

Como surgiu a ideia ?

Surgiu do desejo de seguir o exemplo do professor de violino do meu filho Guilherme, 22, maestro Paulo Torres que toca violino em hospitais, e quando soube que uma pessoa voltara de coma ao ouvir um hino, resolvi escrever um email à direção da Maternidade pedindo autorização para meu filho tocar nesta instituição. Bem, ele não pôde tocar porque quando veio o retorno do email, meu filho já estava estudando em São Paulo. Mas, surgiu a ideia de fazer algum trabalho como de entrega de revistas e livros.

Como é a recepção das pacientes e funcionários?

Os pacientes ficam muito felizes com nossas visitas. Muitas vezes encontramos mulheres tristes pela perda de bebês ou em tratamento prolongado e nossas orações tem confortado seus corações. E os funcionários vibram muito com as apresentações de corais infantis e concertos de violino, como o que Guilherme fez quando veio de São Paulo nas férias.

Qual o sentimento em realizar trabalhos voluntários?

Uma vez uma repórter de uma emissora local nos entrevistou e ficou muito emocionada ao ver uma mãe chorando de emoção agradecendo as nossas visitas, pois estava sozinha no quarto (muitas mães vem de cidades vizinhas de Joinville) e não tem companhia. E é exatamente este sentimento que nos invade o nosso coração ao poder ser útil ao nosso semelhante.

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Voluntárias distribuem Kits de higiene infantil às pacientes

O que a motiva dedicar tempo ao voluntariado ?

A maior motivação é poder levar um pouco de amor e carinho as mulheres num momento tão especial. Outra coisa que me motiva muito é poder também ajudar pessoas que querem fazer algum trabalho missionário e não sabem como fazer. Esta é sem dúvida uma forma de muitas pessoas poderem contribuir, pois temos cerca de 24 pessoas envolvidas. Há um grupo que entrega os livros quinzenalmente durante as terças-feiras e quinzenalmente aos sábados.

Quais são os maiores desafios ?

No início o maior desafio era conseguir pessoas para fazer esse trabalho, mas depois que muitas mulheres da igreja do bairro Saguaçú e algumas do Bom Retiro viram como é recompensador poder levar carinho às pessoas, este desafio foi vencido. Outro desafio, foi conseguir autorização para poder entregar estes livros à Maternidade. Bem, com certeza as nossas orações foram atendidas porque Deus nos fez encontrar nesta maternidade funcionárias da direção muito queridas que abriram as portas para podermos levar também o Evangelho eterno.

 Qual é a maior recompensa ?

A maior recompensa é poder através destes gestos tão simples de levar estes livros, levar corais e conjuntos, dar palavras de conforto e oração, podermos também tocar o coração para a Palavra de Deus. Sinto que Deus tem nos dirigido a cada trabalho a ser realizado, pois temos tido muitas bençãos dentro da Maternidade.

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Voluntários e pacientes após encerramento do culto que acontece na capela da maternidade

Quais são os resultados desse trabalho ?

Creio que o maior benção através deste trabalho foi ter conhecido uma funcionária chamada Olindina Effting que abriu as portas da Maternidade para nossa igreja. Ela é uma pessoa muito especial que se preocupa com o bem estar das pacientes e tenho o provilégio de ter uma amizade muito grande com ela e com sua família. Já ofereci estudos bíblicos e ela já aceitou e assiste regularmente os cultos da capela da maternidade. O que me chama muita a minha atenção é ela ficar convidando as mães e funcionários à participarem do culto. Ela é uma pessoa muito especial que tenho o desejo de vê-la no Lar Eterno. Temos também obtido simpatia dos funcionários da maternidade entregando também mimos, livros e sorrisos..

Houve alguma experiência marcante que seja fruto dessas visitas?

Houve muitas experiêncais, mas uma que marcou para mim, foi entrar num quarto onde havia uma mãezinha chorando copiosamente e eu entreguei o livro e perguntei se gostaria de uma oração. Ela prontamente aceitou e depois de orar, ela estava bem melhor. Ao perguntar porque estava chorando, ela simplesmente disse que queria ir embora, mas como estava com uma infecção, o médico não a deixava ir embora. Depois de lhe explicar direitinho, ela sorriu e ficou tranquila. A lição que tiro desta experiência é que um pequeno gesto, pode fazer uma grande diferença na vida das pessoas.

Como consegue arrumar tempo para dedicar ao voluntariado?

Na realidade creio que seja um presente de Deus poder fazer este serviço de voluntariado, pois estou de licença da Universidade que leciono para fazer doutorado. Deus me concede sabedoria para trabalhar na minha tese e assim consigo conciliar tempo para este trabalho. Quando entregamos nossos talentos, tempo e dinheiro, Ele permite que trabalhemos em sua Obra dando-nos condições de realizar.

Reportagem e fotos: Paulo Ribeiro

Revisão: Douglas Pessoa